sábado, agosto 26, 2006

Narciso Yepes - Plays Joaquín Rodrigo

Bem. A grande maioria daqueles que apreciam as obras para violão erudito, conhece um famossísimo concerto composto, nos idos de 1939, por J. Rodrigo: O Concerto de Aranjuez. Nem preciso mencionar, aqui, a beleza desse concerto, tampouco sua importância. Mas o que poucos sabem, é que J. Rodrigo, infortunamente, tornou-se cego aos 3 anos de idade. Fato que, obviamente, não elidiu seu brilhantismo, sua competência e sua genialidade. Podemos constatar isso nas belíssimas peças que fazem parte deste álbum, executado pelo também brilhante violonista Nárciso Yépes.
Infelizmente, tal trabalho não conta com as famigeradas obras Concerto de Aranjuez e Fantasia para un Gentilhombre, que Rodrigo compôs em homenagem a Andrés Segóvia. Mas, sem sombra de dúvida, as peças que fazem parte deste álbum trazem a essência da obra de Joaquin Rodrigo: maestria, qualidade e multivocidade.
Enfim. Ouçam tais obras e, também, deslumbrem-se.
Eis a lista das músicas:

Narciso Yépes Plays Joaquin Rodrigo

01. Invocacion y danza
02. Ya se van los pastores
03. Por caminos de Santiago
04. Piezas Españolas-Allegro
05. Piezas Españolas-Andante
06. Piezas Españolas-Allegro
07. En tierras de Jerez
08. Zarabanda Lejana
09. Sonata giocosa-Allegro
10. Sonata giocosa-Andante
11. Sonata giocosa-Allegro
12. Junto al Generalife
13. Entre olivares

O link para download: NARCISO YÉPES - JOAQUIN RODRIGO.

Ps: Indultem-me, pois não encontrei a capa do disco.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Heleder, o arquivo "Sérgio and Eduardo Abreu:
The Guitars of Sérgio and Eduardo Abreu - CBS Classics 61262, 1969", não está descompactando corretamente. Você tem como postar ele sem erro? O álbum é imperdível!
Abração,

Bagli

P.S.: Depois falo sobre o álbum do Rodrido-Yepes.

6:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cego? Só se você for surdo!
27.08.06

Minha história com a dita “modernidade”, se deu através de John Coltrane. Comecei ouvindo os seus trabalhos no caminho do jazz tradicional, do blues. Se bem que a primeira coisa que conheci dele, foi o seu magistral álbum A Love Supreme. Após esta audição, me eduquei e procurei escutar sua trajetória, até chegar a sua fase junto a Miles Davis em Milestones, Some Day My Pince Will Come — para não citar tanto outros! — e o revolucionário A Kind of Blue.
Daí em diante, dos anos 60, até o seu falecimento, em 1967, procurei escutar e entender o porquê de sua carreira e técnica serem consideradas uma marco histórico na música do século XX, expandindo-se através de várias tendências, músicos, estilos e instrumentos.
Além do espírito revolucionário de sua obra, acredito que Coltrane, já nos anos 60, foi um dos pioneiros do que chamamos hoje de world music.
Pois bem, a obra musical de John Coltrane me permitiu, aos poucos, entender a “modernidade” no espírito da arte, de um modo geral — mas a arte com fundamentação, é lógico!
Particularmente, quando falo do espetacular músico espanhol Joaquim Rodrigo Vidre (1901-1999), não consigo deixar de pensar no seu par ideal: o violonista espanhol Narciso Yepes e seu violão de 10 cordas.
Como o próprio Yepes dizia:

"...en la guitarra de diez cuerdas, ni cambia el timbre ni, en lo fundamental y trascendental, la técnica es distinta. Se trataba de superar la desigualdad resonancia, que es el defecto de la guitarra de seis cuerdas. Es como si un piano de pedales los tuviera de repente. En mi guitarra de diez cuerdas se consiguen ligados impresionantes."

Através de sua técnica e seu estilo inconfundíveis, Yepes conseguiu algo que todo artista tenta atingir, mas somente poucos, muito poucos conseguem desenvolver: estilo próprio. Yepes foi um estilista e notabilizou-se não somente por tocar em um vilão de 10 cordas, pois se tocasse um violão que tivesse uma única corda, ela ainda seria assombroso porque era um músico predestinado.
Não quero retornar ao tema “velocidade”, mas Narciso Yepes soube combinar como ninguém velocidade, sentimento e precisão.
O álbum “Narciso Yepes - plays Joaquín Rodrigo” é um exemplo todo particular porque apresenta um Rodrigo não muito conhecido do grande público, já que este trabalho não tem a popularidade do Concierto de Aranjuez ou mesma da Fantasía para un Gentilhombre, mas assim como Yepes, a obra de Rodrigo possui estilo inconfundível. De todos os músicos que compõe o grande sexteto da música espanhola (Albeniz, Granados, Rodrigo, Falla, Torroba e Turina), acho que Rodrigo é o que mais se mantém em estreita sintonia com a herança renascentista deste país, pois em vários momentos, suas composições violonística evocam estes traços marcantes de vihuelas e alaúdes tão expressivos na tradição cultural musical da península ibérica — os quais os mestre das 10 cordas conhecia e executava com enorme talento.
Rodrigo, com Yepes ao violão, é a plena expressão de um gênio que fusionou o clássico e o popular, a vanguarda e os elementos da antigüidade espânica, proporcionando uma obra genuinamente espanhola. É como olharmos a desconstrução de Picasso e a beleza italo-renascentista de Michelangelo; parecem distantes em estilos e tudo mais. No entanto, na obra de Rodrigo, o antigo e o moderno se casam com enorme fecundidade produzindo uma vanguarda sólida, com beleza castelar, onde nada se perde, pois lá estão o antigo, o cigano (flamenco), o mouro (árabe) e todas as confluências rítmicas da diversidade musical espanhola. Ele foi o grande casamenteiro da música clássica da espanha, ao unir, com talento e equilíbrio, a espanha do passado, com o mundo moderno e suas tendências transformadoras.
Ah! Já ia esquecendo de dizer. Joaquín Rodrigo, ficou cego em 1905. Cego! Acredita? Mesmo assim, ele desafiou a si mesmo, e entrou na rica arena musical e cultural espanhola. Olhou com sua visão futurista e, como bom artista de alma “gitana”, não temeu o touro: domou, criou. Olé!

Bagli

5:36 PM  
Blogger Mairon said...

Voce poderia adicionar o album que Narciso Yepes toca Joaquin Rodrigo. É fantastico, mas nao consigo baixa-lo

Desde ja agradeço por essa disponibilização de musicas incriveis

2:44 PM  
Blogger GengisCad said...

Hola compañero Helder! yo tampoco pude descargarlo! puedes volver a subirlo? Gracias, y que Dios te bendiga por todo lo que puedo disfrutar gracias a tu generosidad desinteresada!

12:23 AM  

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