quarta-feira, janeiro 23, 2008

Jason Vieaux - Guitar Recital: Naxos Laureate Series

Olá, meus queridos e estimados leitores. Eis que lhes trago outro bom álbum do excelente selo musical Naxos. Mais uma vez, o violonista que por hora aparece foi consagrado com um estupendo álbum, da formidável Laureate Series. Verão que o repertório desse álbum é, além de não muito usual, absolutamente fascinante.

O violonista em questão é Jason Vieaux. Trata-se de um virtuoso e precoce instrumentista. Virtuoso, pois os seus álbuns são, na falta de melhor epíteto, esplêndidos. Ele possui um toque gracioso e uma leveza em suas interpretações que, indubitavelmente, seja o repertório qual for, ele tenderá a agradar os ouvidos da audiência. Precoce pelo fato de que com apenas dezenove anos foi o vencedor do prestigiado e árduo concurso norte-americano: “Guitar Foundation of America International Competition”. Isso demonstra o quão precoce e maduro era Vieaux no fim de sua adolescência. Interessante é notar que esse virtuoso violonista começou seus estudos bem cedo, por volta dos oito anos de idade. Teve mestres como Jeremy Sparks e John Holmquist. O fato é que, atualmente, Jason Vieaux é um dos violonistas mais requisitados internacionalmente em salas de concerto. Além de ser um preexcelente violonista Vieaux é um grande professor. Atualmente ensina no Cleveland Institute of Music, em Ohio, nos Estados Unidos.

Bem. No álbum que agora vos trago Jason Vieaux ainda era bem jovem. Contava apenas dezenove anos. O álbum foi produzido em consagração a vitória de Vieaux no concurso supracitado, sendo lançado dois anos após tal vitória. Atente-se para o fato de que o repertório executado por Vieaux não é nada comum, sendo bem discrepante do que geralmente vemos nos recitais. O violonista traz compositores como Julian Orbón, José Luís Merlin e Jorge Morel. Certamente, muitos hão de os conhecer. Contudo, creio que a grande maioria os desconheça completamente. Tratam-se de compositores “modernos”. Confesso que não sou lá nenhum apreciador dos compositores modernos, com seus “batuques” no corpo do violão e uma proposta diferente das que eu aprecio no violão. Não que suas composições sejam ruins. Longe disso. Mas é como diz o velho dito popular: “o que é de gosto arregala a vida”. Entretanto, os compositores apresentados, aqui, por Vieaux são realmente interessantes. As composições são atraentes e de altíssima qualidade. Talvez tais peças tornem-se ainda melhores pela admirável interpretação desse grande violonista.

Bom. Além de tudo, Jason Vieaux apresenta um sítio virtual muito interessante. Não há mais o que se dizer de tão virtuoso violonista. Creio que lhe devem uma audição. Aí poderão comprovar se o que digo pode ser tomado como verdade.

Eis o disclist e o link:

Guitar Recital: Jason Vieaux

Jose Luis Merlin

Suite del recuerdo

1 Evocacion
2 Zamba
3 Chacarera
4 Carnavalito - Evocacion - Joropo

Maximo Diego Pujol

Cinco Preludios

5 No. 2, Preludio Triston
6 No. 3, Tristango en Vos
7 No. 5, Candombe en Mi

Julian Orbon

Preludio y Danza

8 Preludio
9 Danza

Ian Krouse

10 Variations on a Moldavian Hora

Agustin Barrios Mangore

11 Vals, Op. 8, No. 3
12 Julia Florida: Barcarola
13 Vals, Op. 8, No. 4

Jorge Morel

14 Choro
15 Danza Brasileira
16 Danza in E minor


Fernando Bustamante

17 Misonera (arr. Morel)

JASON VIEAUX - GUITAR RECITAL: NAXOS LAUREATE SERIES

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

José Antônio Escobar - Guitar Recital: Naxos Laureate Series

Feliz ano novo! Eis aí uma sentença que muitos de vossos ouvidos devem ter percebido por esses dias passados. Mas não canso de repeti-la aqui e desejar a todo e qualquer olho que porventura cruze sobre essas fúfias linhas um novo ano repleto de maravilhosidades, de saúde e, principalmente, de muita música! Que este novo ano lhes seja absolutamente aprazível e agradável. São os meus votos para todos os leitores desse humilde e estimado espaço virtual.

Bom. Assim como o novo ano apenas começa, encetam-se, igualmente, os trabalhos violonísticos neste nosso espaço virtual. Dessa forma vos trago, pois, um violonista considerado por muitos críticos e apreciadores da arte das seis cordas um dos grandes nomes da nova geração. Trata-se de José Antônio Escobar. O nome deste rutilante violonista não deixa dúvidas: certamente, ele é proveniente do universo latino. Mas se enganam aqueles que porventura julgam que Escobar seja espanhol. Em verdade, esse virtuoso violonista é um vizinho nosso. Bem, talvez um vizinho distante, mas ainda assim, dividimos o mesmo continente. Escobar é chileno, tendo nascido na capital Santiago aos idos de 1973. Lá estudou desde mui infante com o ilustre maestro Ernesto Quezada. Graduou-se na Faculdade de Artes da Universidad de Chile, com muitas honras e méritos. Tantas que o governo Chileno concedeu-lhe uma bolsa de estudos para uma pós-graduação na fria e bela Alemanha. Na Europa estudou com inúmeros mestres, como Eliot Fisk e Hopkinson Smith, apurando sua técnica e desenvolvendo ainda mais suas já virtuosas habilidades. Com tais e quais qualidades, logo Escobar tornou-se um nome conhecido e requisitado dentro do infelizmente pequeno universo de grandes violonistas.

E esse é um fato mais do que perceptível nesse álbum que vos trago. De fato, percebemos a grande desenvoltura aliada à precisão e musicalidade que brotam dos dedos de Escobar. As notas parecem, realmente, fluir, num cantabile arrojado e extremamente técnico. Contudo, não se pode dizer que ele é um violonista que preza tão-somente pela exatidão em suas interpretações. O que é patente, desde a primeira nota tangida nas cordas, é a capacidade interpretativa desse violonista. Atentem para as faixas de Bach, que abrem o disco. São executadas de maneira impecável, sem dúvida. Mas também deixam escapar algo de singelo e sublime que é o que faz a música ser tão inenarravelmente esplêndida. Já nas interpretações românticas de Tárrega, Escobar nos mostra seu grande virtuosismo. Bem como nas peças de Aguado e Asencio. Enfim. Não sou lá um grande apreciador de superlativos como: “o maior” ou “o mais importante”. Entretanto, ao ouvir Escobar certamente não pensamos em diminutivos. Espero que os nobres amigos se deliciem com tais belas e maravilhosas peças, interpretadas de modo magistral por este formoso violonista.

Eis o disclist e os links:

Jose Antonio Escobar: Guitar Recital

Johann Sebastian Bach

Sonata in G minor, BWV 1001

1 Adagio
2 Fuga
3 Siciliano
4 Presto

Francisco Tarrega
5 Sueno
6 Maria
7 Preludio No. 1
8 Preludio No. 5
9 Rosita

Dionisio Aguado

10 Rondo No. 2 in A minor

Isaac Albeniz

11 Mallorca
12 Torre Bermeja

Frank Martin

Quatre Pieces Breves

13 Prelude
14 Air
15 Plainte
16 Comme une Gigue

Vincente Asencio
Collectici intim

18 La Serenor
19 La Joia
20 La Calma
21 La Gaubanca
22 La Frisanca

José Antônio Escobar - Guitar Recital: Naxos Laureate Series

Parte I & Parte II.

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Dimitri Illarionov - Guitar Recital: Naxos Laureate Series

Eis mais um nome que vos trago, meus caros. Tal qual o último violonista de que falamos, o nome desse instrumentista pode causar certo estranhamento a pronúncia. Certamente, não é lá mui comum (ao menos aos que não são descendentes dessa bela nação) que pronunciemos nomes em russo. Levo-me a crer, entretanto, que isso irá mudar assim que ouvirem este álbum. Afinal, ele traz um grande e premiado jovem a interpretar peças belas e de alto nível técnico; peças que mostram o quão virtuoso esse violonista pode ser.

Trata-se, enfim, de Dimitri Illarionov. Muitos não o conhecem, truisticamente. Mas na Rússia ele é um violonista aclamado. Illarionov, de fato, é um músico que conserva um estudo mui bem estruturado e sedimentado. Graduou-se no conservatório Tchaikovsky, em Moscou e continuou seus estudos com grandes violonistas de seu país, como Nikita Koshkin; e também com proeminentes nomes da música mundial, como: Carlo Marchione e Roberto Aussell. É interessante observar que os violonistas que se destacam conservam uma formação muito bem estruturada e desenvolvida. Talvez seja essa uma das chaves para se alcançar um nível mais alto nos estudos musicais: o estudo. Em verdade, como em qualquer outra área do conhecimento, o estudo musical tem de ser perene. Mas é sempre bom nos atualizarmos, conversarmos com outros músicos, tomarmos masterclasses e afins. Assim, enaltecemos ainda mais nossos conhecimentos e nos aprofundamos cada vez mais nessa bela arte das seis cordas.

A prova está aí, viva, palpável, para que todos vislumbremos. Afinal, Dimitri Illarionov venceu ainda jovem inúmeros concursos e consagrou-se um prodigioso violonista com menos de três décadas de vida. Uma dessas grandes vitórias desse violonista russo está registrado no álbum que por hora vos deixo. Neste trabalho, Illarionov traz obras de Tárrega, Dyens, Giulliani, entre diversos outros compositores, apresentando um repertório abrangente e refinado, o que acaba por revelar um violonista maduro e desenvolvido tecnicamente. Atente-se para o fato de que o violonista apresenta obras de compositores pouco conhecidos, promovendo, assim, a valorização do repertório violonístico, bem como fazendo-nos conhecer obras especialmente interessantes.

Enfim. Este é um álbum derradeiramente eclético e brilhante. Espero que apreciem.

Eis o disclist e os links:

Dimitri Illarionov – Naxos Laureate Series – Guitar Recital

Mauro Giuliani - Grande Ouverture Op.61

Alexandre Tansman - Cavatina
-Preludio
-Sarabande
-Scherzino
-Barcarolle
-Danza Pompoza

Roland Dyens - Valse en skai

Igor Rekhin - from 24 Preludes and Fugues for guitar solo
-Prelude and Fugue No. 6 in D minor
-Prelude and Fugue No. 21 in B flat major
-Prelude and Fugue No. 3 in D flat major

Nikita Koshkin - Marionette

Mario Castelnuovo-Tedesco - Capriccio diabolico (Homage to Paganini)

Francisco Tarrega - Variations on Carnival of Venice


Dimitri Illarionov - Guitar Recital: Naxos Laureate Series

Parte I & Parte II.

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Enno Voorhorst - Guitar Transcriptions: Bach

Gostaria de pedir-lhes desculpas, meus amigos leitores. Afinal, as postagens estão a sair com incômodos grandes espaços entre si. O fato é que ando azafamado e não estou tendo tanto tempo quanto gostaria para me dedicar à fina arte das seis cordas. Mas ao menos lhes trago alguns álbuns, vez por outra, que, creio, são interessantes e mais do que úteis aos estudantes e apreciadores desse esplendoroso instrumento.

Pois bem. O nome desse violonista não é lá mui comum por nossas terras tropicais, mas uma coisa é certa: a sua estupenda e preexcelente técnica compensa a dificuldade em pronunciarmos o seu ortônimo. Enno Voorhorst é - como não poderia deixar de ser – alemão. A história nos conta que grandes nomes porvêm dessa bela nação. A música, de um modo geral (estudo, concertos, etc), é uma prioridade para o governo alemão. A falta de incentivos e a completa ociosidade de nossa política para com a música são temas desconhecidos em tal nação européia. Lá o que vemos são grandes universidades e excelentes salas de concerto, além de grandes incentivos aos músicos, fatos que somados parecem explicar nomes como Beethoven. O fato é que Voorhorst faz jus ao incentivo que seu país dá á música. Afinal, ele descende de uma família de músicos. Assim, não é de se espantar que logo jovem tenha ele sido um grande violista. Sim, não cometi nenhum desvio ortográfico. Além de Enno ser um grande violonista é também um grande apreciador da música de câmara e, dessa forma, estudou e tornou-se um grande violista. Além desse belo instrumento, Voorhorst interessou-se pelo sublime violão. Estudou, pois, com grandes nomes, como David Russell. O fato é que esse violonista venceu inúmeros concursos e apresentou-se pelo mundo afora, demonstrando seu vigoroso e entusiástico toque.

Como apreciador de música de câmara, Enno Voorhorst não poderia deixar de se interessar pelos grandes nomes barrocos. E certamente o eminente nome de Bach não poderia ficar de fora. Eis que então vemos aqui a união de um dos maiores nomes da música ocidental com uma interpretação digna e de ótima qualidade. É interessante notar que Voorhorst executa um repertório não muito comum de Bach, trazendo peças diferentes e extremamente belas. Tal fato apenas valoriza a qualidade de um violonista e engrandece o repertório de nós, enquanto ouvintes dessa suntuosa arte.

Bem. Lhes deixo, pois, com o sempre mirífico Bach. Mas desta vez com a interpretação igualmente admirável de Enno Voorhorst.

Enno Voorhorst – Guitar Transcriptions

Sonate BWV 1013
allemande
corrente
sarabande
bourrée anglaise
2 präludien
BWV 854
BWV 939

Capriccio BWV 992
adagiosissimo

Concerto BWV 974 (A.Marcello)
allegro
adagio
presto

Sonate BWV 1001
adagio
fuga (allegro)
siciliana
presto

Enno Voorhorst - Guitar Transcriptions: Bach

Parte I & Parte II.

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