domingo, janeiro 21, 2007

Dilermando Reis - O violão de Dilermando Reis


De fato, em toda a história nacional o nosso estimado instrumento foi empunhado pelos mais variados e virtuosos violonistas. Contudo, um deles é mais lembrado e cultuado. Talvez nem tanto pela sua mirífica execução mas pela grande luta que travou esse emérito ser com os preconceitos imperantes na época para com o violão.
Nos fins da década de 20 e começo da de 30, que foi quando Dilermando começou a ganhar espaço no ainda ascendente meio fonográfico brasileiro, imperava a concepção do violão como instrumento de acompanhamento, elaborado exclusivamente para acompanhar canções com cantores e afins. Dilermando lutou para impor, no então diminuto repertório existente, a qualidade de solista ao violonista. E conseguiu!
Dilermando é natural de Guaratinguetá, no grande e belo estado de São Paulo. Foi aí que começou seus estudos de música, com o famigerado maestro cego (sim, cego!) Levino da Conceição, com quem, após algum tempo, formou uma dupla e passou a viajar pelo país. Convenhamos que, já naquela época não iria ser difícil notar o primoroso talento de Dilermando para com o seu instrumento. Talvez pela rustiquez dos meios de comunicação, isso pode ter se demorado um pouco mais.
O fato é que, na década de 30, Dilermando já se encontrava na então capital federal: a cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Nesta cidade, além de realizar algumas apresentações, também ministrava aulas em lojas de música. Foram então crescendo e se tornando célebres suas apresentações e seu inconfundível toque. Tanto que a crítica da época assinalava esse violonista como: "a fina sensibilidade interpretativa, chamando atenção para o som cheio e bem timbrado de seu violão que nunca se confundiu com nenhum outro".
O eminente violonista, em 1953, excursionou pelos Estados Unidos e se apresentou na famigerada e glamurosa CBS de Nova York. Após isso, gravou inúmeros álbuns (mais precisamente, LP's) pelo selo "Continental". Voltando ao Rio, Dilermando trabalhou em diversas rádios (a rádio, nessa época, era o meio de comunicação mais difundido e utilizado), sendo que ficou na Rádio Nacional (algo comparado com a Globo atual) até os idos de 1969. Além de tudo, foi ele um grande professor e editou inúmeras músicas para o violão.
Já que tocamos no epíteto de professor... o então presidente Juscelino Kubitscheck, sim, aquele mesmo que idealizou Brasília, foi, além de grande amigo, um aluno de Dilermando Reis. Pois é... imaginem os bons e virtuais amigos o que seria tomar aulas com esse grande e sublime mestre. Enfim... creio que deva parar de tecer minhas infindáveis mesuras à Dilermando, sob o risco de estar propagando um certo entorpecido apreço pela sua pessoa, hehe.
O que quero é que saibam que este foi, indubitável e incotestavelmente, um dos nossos maiores violonistas. Além de ser um deífico intérprete era ele também um maravilhoso compositor. E é isso que vemos neste álbum, intitulado "O violão de Dilermando Reis". Além de trazer obras do próprio violonista, como "Magoado", traz famigeradas peças do repertório popular brasileiro, como "Sons de Carrilhões" ou "Saudade do Matão" e também peças mundialmente ilustres, como "Adelita" de Tárrega. Em suma: é um álbum muito interessante. E além de tudo proporciona-nos uma visão ampla do grande violonista que foi Dilermando Reis. Simplesmente imperdível.
Eis o disclist:
01. Abismo de Rosas
02. Sons de Carrilhões
03. Branca
04. Carinhoso
05. Na Baixa do Sapateiro
06. Adelita
07. Saudade de Matão
08. Rapaziada do Brás
09. La Cumparsita
10. Magoado
11. Saudade de Ouro Preto
12. Prelúdio em Forma de Oração
13. Oiá de Rosinha
14. Sob o Céu de Brasília
15. Lamentos
16. Maria Bethânia
17. Marcha Triunfal Brasileira
18. Índia
19. Chegadinho
Os links: DILERMANDO REIS - O VIOLÃO DE DILERMANDO REIS.

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quinta-feira, janeiro 18, 2007

Pepe Romero - Guitar Solos


Realmente, existem muitas famílias que se dedicam à música: Bach e Mozart figuram em nossos pensamentos mais frequentemente. Contudo, uma outra família também é inteiramente musical. É o caso dos Romeros. Celodonio, o pai, começou sua proeminente carreira estudando com o emérito mestre Daniel Fortea, que teve como professor ninguém menos que Francisco Tárrega.
Celodonio Romero teve três filhos: Celín, Pepe e Ángel. Imaginem os nobre amigos que, tendo tal pai, indubitavelmente os três começaram ainda muito jovens seus estudos de violão. Contudo, o primogênito de Celodonio não quis se dedicar integralmente a laboriosa arte das seis cordas. Ficou apenas como um excelente professor. Já o seu filho mais jovem, Ángel, tornou-se um famigerado concertista, pouco conhecido no Brasil, justamente pelo fato de conservar em seu repertório obras mais conhecidas pela Espanha.
Já o filho do meio, Pepe, tornou-se, com efeito, um dos mais populares solistas internacionais, reconhecidamente um dos maiores expoentes do século passado. Pepe é, também (assim como toda sua família), um profundo conhecedor da arte folclórica andaluza, executando com maestria e pomposidade inigualáveis tal interessante estilo.
Aos mais desavisados, pode parecer que os Romero querem abarcar, em seu repertório, somente um estilo: o espanhol. Contudo, essa é uma visão distorcida. Pepe é, obviamente, um exímio intérprete de tal estilo. Mas não restringe-se à ele. É um profundo conhecedor de toda a literatura violonística do século XIX e executa, sem dificuldades e com uma fluência extraordinária, obras de Sor, Carulli, etc.
Neste álbum apreciamos famigerados solos de violão, que se tornam ainda mais incríveis pelas mãos desse nobre violonista. A qualidade do som não é das melhores. E isso, garanto-lhes meus diletos e virtuais amigos, não é culpa desse que vos escreve. Mas creio que tal se deva à própria qualidade e forma de gravação desse álbum que, certamente, foi realizada por um "profissional" pouco gabaritado. Mas ainda assim é possível apreciar esse belo álbum, que conta com compositores como: Tárrega, Albeniz e Sor.
Eis o disclist:
01 - Anonymous - Jeux Interdits - Romance
02 - Albeniz, Isaac - Suite Espanola, Opus 47 No. 3 Sevilla [Sevillanas]
03 - Albeniz, Isaac - Suite Espanola, Opus 47 No. 1 Granada [Serenata]
04 - Albeniz, Isaac - Requerdos De Viaje, Opus 71 No. 6 Rumores De La Caleta [Malaguena]
05 - Albeniz, Isaac - Mallorca, Opus 202 [Barcarola]
06 - Granados, Enrique - Danzas Espanolas, Opus 37 No. 5 Andaluza
07 - Albeniz, Isaac - Espana, 6 Hojas De Album, Opus 165 No. 2 Tango
08 - Albeniz, Isaac - Espana, 6 Hojas De Album, Opus 165 Asturias
09 - Romero, Celedonio - Malaguena
10 - Tarrega, Francisco - Pavana
11 - Romero, Celedonio - Tres Preludios Romantico
12 - Tarrega, Francisco - Capricho Arabe
13 - Sor, Fernando - Introduction And Variations On A Theme By Mozart, Opus 9
14 - Granados, Enrique - Goyescas Intermedio.Mp3
O link: PEPE ROMERO - GUITAR SOLOS - PARTE I & PARTE II.

terça-feira, janeiro 16, 2007

René Bartoli - Recital de Guitarra



Até pouco tempo atrás, confesso que não era eu conhecedor de tão nobre e primoroso violonista. Desconhecia a existencia desse tal René Bartoldi. Contudo, após ouvir esse disco, senti-me na obrigação de compratilhá-lo, hehe. Afinal, tais benfazejas surpresas devem ser divididas, não?!

Pois bem. Nesse álbum, intitulado "Recital de Guitarra", Bartoldi passa com maestria e virtuosidade por grandes compositores como Tárrega e Bach. Demonstra em seu toque macio, sutil e limpo toda a sua esmerada técnica. Indubitavelmente, um grande violonista. Indispensável!

Como as músicas já estão com os nomes, creio que não haja necessidade de as colocar aqui.

Eis os links: RENÉ BARTOLDI - RECITAL DE GUITARRA - PARTE I & PARTE II.

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terça-feira, janeiro 09, 2007

Métodos de Violão Erudito

Bem. Notei que inúemeras pessoas procuram, seja por que são iniciantes, seja por que almejam melhorar a sua técnica, métodos, exercícios e afins sobre o violão. Dessa forma é que irei disponibilizar aos bons e virtuais amigos um arquivo contendo aqueles que são, ao meu ver, alguns dos melhores métodos existentes para violão erudito.
Creio que ao utilizar o epíteto de "método" estou sendo um tanto quanto excrescente, pois tais "métodos" são, em verdade, uma coletânea de exercícios de determinado compositor. Mas nem por isso perdem sua utilidade. Pelo contrário. São exercícios ótimos e indispensáveis àqueles que galgam uma vida violonística virtuosa e tecnicamente desenvolvida.
Bem sei que o que deixo aqui são apenas algumas poucas peças. Mas, indubitavelmente, para o aprendiz que conserva uma grande força de vontade, se empenha em seus estudos, para esse aluno tal material será utilíssimo.
Eis então a relação do que está contido nesse arquivo:
Matteo Carcassi - 25 estudos melódicos Op 60
Napoleon Coste - Op 38
Dionísio Aguado - 25 peças de seu método
Fernando Sor - Napoleon Coste (uma amálgama das duas escolas desses dois grandes violonistas)
Fernando Sor
Giuliani - Op 48 [24 exercícios]
Método completo para divisão musical de Paschoal BONA
Pozzoli - Ditado Musical
Henrique Pinto - Iniciação ao Violão I
Ben Bolt - 39 Progressive solos for classical guitar with tablature - book 1
The Total Classical Guitar Method
Os dois últimos estão na língua Inglesa.
Se poventura algum dos nobres e virtuais amigos tiver algum material que queira acrescentar neste arquivo, não hesite em comigo conversar.

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David Russell - Baroque Guitar [Bach, Haendel, Scarlatti]


David Russell é, sem sombra de dúvida, um dos maiores violonistas que ainda se apresentam pelo globo. O que ratifica essa minha opinião é o simples fato de que ele ganhou inúmeros prêmios, nos mais variados concursos de violão erudito. Com efeito, Russell é uma grande virtuose. Além disso: ele é um músico exponencial, dono de um toque macio, sutil, presico e maravilhoso.
Neste álbum ele interpreta três grandes gênios da música barroca: George Frideric Handel, Domenico Scarlatti e o grande Johann Sebastian Bach. Somente pelos compositores que o álbum conserva, já valeria a pena ouvi-lo. Mas garanto-lhes: vale ainda mais pela mirífica e esplêndida interpretação de Russell.
Eis o dislist:
David Russell Bach Haendel Scarlatti
GHA CD 126.006, 1989
Georg Friedrich Händel
Suite No. 7 HWV 4320
1. Ouverture
02. Andante
03. Allegro
04. Sarabande
05. Gigue
06. Passacaille
Johann Sebastian Bach
Suite BWV 1034
07. Adagio
08. Allegro
09. Andante
10. Allegro
Domenico Scarlatti
11. Sonata K 177
12. Sonata K 178
13. Sonata K 232
14. Sonata K 202
Arrangements by David Russell
Esse álbum foi disponibilizado pelo nobre e emérito Ambrose Bierce. Agradeço-o deveras pelas seguidas e interessantes contribuições para com nosso blog. Eis uma resenha que ele também nos ofertou. THANKS AMBROSE.
While all of this recording is genius, there are two movements that show Mr. Russell's genius in a special light. 1. The Passacaglia from the Handel suite. Anyone who has heard Russell play this in concert needs at least 5 minutes to get her or his breath back. Perhaps the single most brilliant transcription in the world of solo guitar. (Though, in a field of many transciptions, there are many contentors for this honor.) 2. The Andante from the Bach suite.Without any irony, this is "a heartbreaking work of staggering genius." If you want clean playing, soulful performances, great musicality...David Russell is it, on guitar. - Mike Shanahan
GRAMMY award winner in 2005 for his CD AIRE LATINO, in the category of best instrumental soloist in classical music.Classical guitarist David Russell is world renowned for his superb musicianship and inspired artistry, having earned the highest praise from audiences and critics alike. In recognition of his great talent and his international career, he was named a Fellow of The Royal Academy of Music in London in 1997.In May 2003 he was bestowed the great honor of being made "adopted son" of Es Migjorn, the town in Minorca where he grew up. Recently the town named a street after him, "Avinguda David Russell", in recognition for his musical career.In November 2003 he was given the Medal of Honor of the Conservatory of the Balearics.After winning the grammy award, the town of Nigrán in Spain where he resides, gave him the silver medal of the town in an emotional ceremony.During his studies at the Royal Academy, Mr. Russell won twice the Julian Bream Guitar Prize. Later he won numerous international competitions, including the Andrés Segovia Competition , the José Ramírez Competition and Spain's prestigious Francisco Tárrega Competition .David Russell spends his time touring the world, appearing regularly at prestigious halls in main cities, such as New York, London, Tokyo, Los Angeles, Madrid, Toronto or Rome. Concert-goers everywhere are in awe of Mr. Russell's musical genius and inspired by his captivating stage presence. His love of his craft resonates through his flawless and seemingly effortless performance. The attention to detail and provocative lyrical phrasing suggest an innate understanding of what each individual composer was working to achieve, bringing to each piece a sense of adventure.This year he received a homage from the music conservatory of Vigo, culminating with the opening of the new Auditorium, to which they gave the name "Auditorio David Russell".Since 1995 David Russell has an exclusive recording contract with Telarc International, with whom he has recorded eleven CDs up to now, among them Aire Latino, which received a grammy this year.The New York Times wrote about his performance: "... Mr. Russell made his mastery evident without ever deviating from an approach that places musical values above mere display. It was apparent to the audience throughout the recital that Mr. Russell possesses a talent of extraordinary dimension".Upon hearing play in London, Andrés Segovia wrote: "My congratulations on your musicality and guitaristic technique".

domingo, janeiro 07, 2007

Johann Sebastian BACH - Obra completa

Se existe um sobrenome que esteja diretamente ligado a música, esse sobrenome é Bach. Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) é procedente de uma família de músicos alemães cujos membros eram músicos ambulantes, organistas e cantores em Thuringe desde o século X. Órfão aos 10 anos, Johann Sebastien Bach recebe uma sólida formação de base no órgão, no cravo, no violino e no canto. Além desta bagagem, é um autodidata. Foi pelo estudo minucioso das obras dos compositores famosos do seu tempo que ele assimilou a arte da composição.
Deixo aqui o link para que baixem a obra completa de alaúde desse grande e mirífico compositor. As BWV's presentes em tal link são as seguintes: 995, 996, 997, 998, 999, 1000 e 1006.
Aqui podem encontrar um álbum em que o famigerado e virtuoso alaudista Lutz Kirchhof interpreta, de maneira esplêndida, a obra do emérito Bach.

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terça-feira, janeiro 02, 2007

Manuel Barrueco - Sometime Ago


Bem. Com este "post" inauguro mais um ano de vida desse nosso amado e estimado espaço virtual. Bem sei que não disponibilizo aqui tudo que poso e gostaria, mas espero está-los agradando com os poucos álbuns e afins que já por aqui deixei.
Gostaria de vos desejar, queridos e virtuais visitantes, um 2007 cheio de auspiciosidades, um novo ano venturoso e absolutamente befazejo. Espero que continuem a visitar esse humilde e esmerado espaço. Meus sinceros e calorosos votos de um fabuloso e extraordinário ano novo à todos.
Pois bem. Desejos feitos, vamos ao álbum, hehe. Como primeiro álbum do ano, coloco aqui um violonista fantástico e virtuoso. De fato, esse cubano tem um timbre inconfundível, uma técnica acuradíssima e uma musicalidade nata. Barrueco é, com efeito, um dos grandes violonistas que temos vivo atualmente. Nesse trabalho, o bom instrumentista executa obras "desconhecidas" da grande massa, mas que são, na falta de outro epíteto, maravilhosamente belas. Paul Simon, Lou Harrison e outros figuram entre os grandes compositores deste álbum. Em suma: novo ano, ouvido novo, hehehe. Ou, ao menos, a apreensão de compositores novos. Espero que gostem.
Eis o dislist:
01. Old Friends (Paul Simon)
Children's Songs (Chick Corea)
02. One
03. Two
04. Three
05. Four
06. Five
07. Six
08. Seven
09. Fourteen
10. Fifteen
11. Seventeen
12. Eighteen
13. Twenty
14. Sometime Ago (Chick Corea)
15. Köln Concert Pt IIc (Keith Jarrett)
16. Serenade (Lou Harrison)
17. Music For Bill & Me (Lou Harrison)
18. Sonata in Ishartum (Lou Harrison)
19. Air (Lou Harrison)
20. Round (Lou Harrison)
21. Bookends (Paul Simon)
O link: MANUEL BARRUECO - SOMETIME AGO. Parte I & Parte II
Ah sim. Os méritos desse link devem ir para Ambrose Bierce, que disponibilizou para nós esse excelente e maravilhoso álbum. Thanks a lot Bierce. We all thanks you.